quarta-feira, 14 de julho de 2010

MITOS E LENDAS COLARENSES

Representação da lendária figura do "boto" ao lado de pinturas que exaltam a riqueza mística indígena.

As lendas fazem parte do patrimônio cultural da Ilha. Através delas o elo entre o real e imaginário se desenvolve em limites quase que imperceptíveis.

Há registro de personagens que povoaram o imaginário de diversas gerações por seus atos de força, coragem e destemor que provocam o mêdo e apreensão de quantos deles tomassem conhecimento. É muito difundida, a lenda da Coroa da Espanha, segundo a qual uma das embarcações em que navegava a nobreza espanhola, nas primeiras décadas de 1800, teria se extraviado quando seguia rumo às Antilhas e ao México, atingindo a Baía do Guajará. Desembarcados em Colares, nobres e soldados teriam enterrado seus tesouros, inclusive uma corôa real espanhola na Ponta do Humaitá, em Colares. Ainda hoje o local é visto como “encantado” .

A lenda da Maria Vivó, afirma que uma mulher foi engravidada por uma cobra e ao procurar a ajuda de um pajé, este retirou o filhote de cobra de seu ventre e o cegou de um olho, lançando-o nas águas do rio Tupinambá, tendo chamado-o de “Maria Vivó”. O filhote se desenvolveu, deslocando-se posteriormente para as pedras do farol da Marinha, localizado em frente à cidade, fazendo desse lugar sua morada permanente. Ela teria sido ferida ficando cega do olho esquerdo.

Muitos dos naufrágios acontecidos com as embarcações eram atribuidos à Maria Vivó, que não tinha o hábito de devorar os corpos dos náufragos, pois estes eram sempre encontrados nas proximidades da ilha do Marajó. Ela é temida pelos pescadores que quando a vêem, evitam aproximar-se e esperam que ela retorne às pedras do farol, embora muitos a considerem inofensiva.

Há ainda diversas outras lendas como a lenda do personagem notuno denominado “DÁ” possuidor de incrível força e que botava para correr muitos nativos fortes e saudáveis aparecendo no centro da sede do município. As lendas e mitos enriquecem o patrimônio cultural da Ilha, sempre envolvendo, fatos e pessoas em situações espantosas e extraordinárias. A lenda do “Pau do descanço” compõe a tradição cultural da Ilha. Segundo ela, há tempos remotos, os nativos utilizavam de caminho situado, próximo ao rio Patauá, (hoje situado às cercanias do Bairro do Maranhense) quando realizavam algum sepultamento. O cortejo fúnebre, trazendo o morto enrolado em uma rede, parava sobre uma árvore e ali descansavam. Com o passar dos tempos, avolumaram-se as declarações de muitos habitantes que constataram a aparição à meia-noite do referido cortejo fúnebre que naquele local interrompia sua marcha para descansar



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