sábado, 26 de junho de 2010

O NAUFRÁGIO DO Pe. LUÍS FIGUEIRA E O RESGATE A PARTIR DE COLARES

Os jesuítas portugueses foram os primeiros a comercializar livros no Brasil, entre os séculos XVII e XVIII. Eram apenas obras piedosas, vendidas no colégio da ordem, no Rio de Janeiro - qualquer outro título tinha de ser encomendado em Portugal.

O Padre Luís Figueira foi o 1º sacerdote jesuíta a chegar ao Pará. No ano de 1636, em Companhia do Governador Francisco Coelho Carvalho, visitou as tribos indígenas no Xingu, navegando pelo Rio Amazonas, Tocantins e Pacajás visando implantar aldeias missionárias, idéia por ele propagada na Europa, quando para lá regressou buscando apoio para implantar na Amazônia as missões da Companhia de Jesus. Foi autor de “Memorial sôbre as terras e gentes do Maranhão e Grão-Pará, e Rio das Amazonas” e “Relaçam de alguas cousas tocantes ao Maranhão e Grão-Pará”.

O Pe. JOSÉ DE MORAIS, em sua já referida obra, «História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará», escrita em 1759, informa que a embarcação era ocupada por 173 pessoas (sendo 15 missionários), das quais apenas 42 sobreviveram (sendo 3 missionários). Ao relatar o trágico naufrágio e o sacrifício dos missionários assim assevera utilizando-se em parte, de informações escritas pelo Pe. Antonio Vieira - que chegou a pensar que os missionários haviam sido mortos por nativos de Colares, o que adiante descobriu não ser verdadeiro.

O avanço das pesquisas antropológicas, demonstrou ainda, ser improvável que os Aruãs tivessem morto os missionários. Os aruãs não eram antropófagos apesar de serem reconhecidos por sua rebeldia e destemor. O já referido escritor paraense JOSÉ VARELLA PEREIRA atribui aos índios Joã (e não dos Aruã) a antropogafia realizada, sendo possível que a autoria atribuída aos Aruãs tenha partido dos seus inimigos Tupinambás, aliados dos portugueses. (conf. ob. cit. pág 23-24).

Os Aruãs sofreram, assim, injustificadamente o ataque de tropas militares portuguesas, enviadas a partir de Belém com destino ao Marajó, com finalidade alegada de castigar os índios e vingar o missionário.


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