quarta-feira, 26 de maio de 2010

QUILOMBO DO CACAU

A presidente da Associação Quilombola de Cacau e Ovos, Sueli de Almeida em assembléia geral
Na localidade de Cacau, na porção Nordeste da Ilha de Colares, em frente à sede do município de Vigia de Nazaré, existe uma comunidade de remanescentes de escravos negros, cujos descendentes eram provenientes de Benguela no Continente Africano. Trazidos para o Norte do Brasil, muitos foram utilizados como mão-de-obra nas lavouras de cana de açúcar, cacau e outros produtos que eram comercializados e exportados para a Europa. Tanto na localidade de Cacau quanto na localidade de Ovos, ambas situadas na Ilha de Colares encontramos descendentes de escravos e de ex-escravos que ali habitam.

Na propriedade havia plantações de cana-de-açúcar, engenho e escravos. Entre eles, Francisca e Catarina, oriundas de Benguela na África. A primeira, mãe da escrava Angela, bisavó do Sr. Avelino de Almeida, que até hoje, reside na comunidade do Cacau. Nesta localidade, havia o Engenho do Barão do Guajará que produzia cachaça e rapadura da cana-de-açúcar. Havia a Casa-Grande, uma represa, construída de pedras e diversos poços; um forno para olaria, utilizado para produzir telhas e utensílios. Ainda hoje, há, ruínas que retratam e rememoram aquela época.
Atualmente, o acesso a sede da Comunidade Quilombola é feito a partir da localidade de Guajará, em Colares, atravessando-se de barco, por cerca de 30 minutos o rio Guajará-Miri e o Rio Tauapará até a entrada do igarapé Cacau. Outra forma de chegar-se à Comunidade Quilombola é a partir do porto da Vigia, de barco, atravessando-se o Rio Guajará-Miri e o rio Tauapará por cerca de 20 minutos.
Assegurou a Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, os Direitos Culturais e Históricos às Comunidades Remanescentes de Quilombos, elevando as terras dos remanescentes de quilombos à condição de Território Cultural Nacional.
O Parágrafo 5º do Art. 216 prevê que “Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscência históricas dos antigos quilombos”.
A Fundação Cultural Palmares, com sede em Brasília desenvolve suas atividades voltadas para o reconhecimento e valorização da raça negra no país. Até o primeiro ano do século XXI foram identificadas, no Brasil, mais de 740 Comunidades Remanescentes de Quilombos. Foram reconhecidas 38 e tituladas 18 comunidades.

Nenhum comentário: