quarta-feira, 26 de maio de 2010

O CAFÉ, AS PRIMEIRAS MUDAS NO BRASIL PLANTADAS EM COLARES

Busto de Francisco de Mello Palheta, vigiense, introdutor do café no Brasil, construído em Ribeirão Preto-SP

Apesar de produto colonial, o café, “coffea arabica”, foi a primeira produção brasileira cujo ciclo econômico foi controlado por brasileiros, permitindo o início da acumulação de capitais no país, nas mãos dos grandes fazendeiros, dos grandes exportadores e dos traficantes de escravos. Isto foi decisivo para consolidar a hegemonia do centro-sul, proporcionando, os primeiros surtos da industrialização do país, com o capital acumulado.
O café é originário da Abissínia, hoje Etiópia, no continente Africano. Após ter chegado ao Iêmen, foi ofertado como presente ao rei Luís XIV. Enviado às Antilhas francesas posteriormente foi contrabandeado para o Suriname (antes Guina Holandesa) e após, chegou clandestinamente à Guiana. França dominava a produção e comercialização do grão.
O café é da família Rubiáceas, gênero Coffea. Em árabe “kahwah” : o excitante ou do etíope Kaffa.
A introdução do café em território brasileiro foi feita em maio de 1727 através FRANCISCO DE MELO PALHETA. Nascido no município da Vigia, ele ocupava o cargo de sargento-mor a serviço de Portugal tendo sido enviado ao Oiapoque em busca de marcos fronteiriços das Montanhas de Ouro, que não foram encontrados, seguindo até Caiena na Guiana Francesa, onde recebeu de Claude d’Orvilliers - governador de Caiena - as primeiras sementes de mudas de café.
As mudas eram guardadas sobre vigilância cerrada pelos franceses, tendo sido proibido sua cessão aos portugueses. Apesar das precauções francesas, cerca de 1.000 pés foram trazidos ao Brasil e plantados, nas áreas de propriedade de Palheta, localizadas entre as bocas dos igarapés Arapijó e Guajará.
O café adentrava o território nacional a partir da Ilha de Colares. As terras pertencentes à Francisco de Melo Palheta, foram concedidas através de Carta de Sesmaria que determina sua localização sendo publicada em capítulo adiante.
Posteriormente e por quase dois séculos o café, foi, juntamente com açúcar e cacau, a base da economia do Pará, que também produzia baunilha. Em 1743, atendendo a solicitação da Câmara Municipal de Belém, a Corte proibiu a entrada no Reino, de similar estrangeiro, do produto cafeeiro.
Somente após longos anos é que o café passou a ser produzido em grande escala em outras regiões do país.

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